As plantas como a ibogaína e a kratom são úteis ou prejudiciais na recuperação da dependência de opioides?

 Duas plantas, uma da África central e outra do sudeste da Ásia, podem ajudá-lo a vencer o vício em opioides? Explicamos a ibogaína e a kratom.

 

A ibogaína psicodélica de ocorrência natural poderia ser o próximo grande tratamento para o transtorno do uso de opioides?

A ibogaína é uma droga produzida naturalmente por várias espécies de plantas na África tropical, incluindo a árvore Iboga que lhe dá o nome. Embora tenha sido usado por tribos africanas durante séculos antes de ser importado para a França durante o período colonial, o potencial da ibogaína para tratar o transtorno do uso de opioides foi defendido pela primeira vez pelo cientista americano Howard Lotsof. Lotsof, que era viciado em heroína quando tinha dezenove anos, acidentalmente descobriu a ibogaína enquanto perseguia sua próxima alta. De acordo com o próprio relato de Lotsof, ele e quatro amigos abandonaram a heroína imediatamente após experimentar a ibogaína, com o desejo pela droga reprimido. Lotsof dedicaria sua vida a trazer o tratamento com ibogaína para transtornos por uso de substâncias para a medicina convencional.

“Então, a ibogaína é o milagre que Lotsof afirmou ser?”

Casca triturada de Tabernanthe iboga, contém ibogaína.  (através da)Casca triturada de Tabernanthe iboga, contém ibogaína. (através da)

Então, a ibogaína é o milagre que Lotsof afirmou ser? Embora o impacto da droga em sua vida seja inegável, a história é muito mais complicada. A ibogaína é um psicodélico com propriedades dissociativas. Pode causar alterações na percepção dos sentidos e produz uma sensação de distanciamento de si mesmo e de seu ambiente. Outros psicodélicos dissociativos comuns incluem cetamina e fenciclidina (PCP, pó de anjo). Enquanto Lotsof começou a promover o tratamento de ibogaína para o vício em 1962, as clínicas de ibogaína não começaram a aparecer até a década de 1990. A maioria das clínicasestão localizados no Canadá, México, Nova Zelândia, Costa Rica, África do Sul e Holanda. Nesses e em vários outros países, a ibogaína ocupa uma área cinzenta legal. Nos Estados Unidos, a ibogaína está listada como uma substância controlada da Tabela 1, no entanto, clínicas ilegais surgiram apenas para serem presas pela aplicação da lei. Em 2015, a Global Ibogaine Therapy Alliance, fundada por Lotsof, estabeleceu diretrizes clínicas para a desintoxicação assistida por ibogaína. O tratamento com ibogaína também foi promovido por vários documentários recentes baseados em experiências individuais.

No início da década de 1990, os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA patrocinaram ensaios pré-clínicos em animais e ensaios clínicos de Fase 1 da ibogaína, mas a pesquisa foi interrompida. Estudos mais recentes foram realizados no México e na Nova Zelândia, onde existem clínicas de ibogaína. Apesar disso, mais pesquisas precisam ser feitas sobre a ibogaína como tratamento para o transtorno do uso de opioides. Os benefícios da ibogaína ainda estão em questão, no entanto, existem alguns riscos muito reais associados a ela. A ibogaína é cardiotóxica e neurotóxica, tendo levado a mais de 30 mortes confirmadas. Embora os defensores da ibogaína sustentem que essas mortes poderiam ter sido evitadas pela triagem de condições de saúde concomitantes, ainda permanece que a segurança da ibogaína não foi devidamente estudada.

 

Kratom: Esta folha perene é uma faca de dois gumes?

Na verdade, encontramos kratom na Workit Health. Alguns membros do nosso programa Workit o usaram para ajudá-los a desintoxicar-se de heroína ou analgésicos , enquanto outros vêm até nós para Suboxone para tratar o vício em kratom. Então, o que é kratom?

A kratom é uma planta perene tropical que cresce no sudeste da Ásia, da Birmânia à Papua Nova Guiné. A folha de kratom realmente contém dois alcaloides psicoativos: mitraginina e 7-HMG. Tanto a mitraginina quanto o 7-HMG demonstraram ser agonistas dos receptores opióides, o que significa que eles se ligam e ativam os receptores opióides do cérebro, como os opióides que você conhece. Kratom também tem propriedades estimulantes em doses mais baixas, enquanto suas propriedades opióides são mais pronunciadas em doses mais altas.

 Mitragyna speciosa (kratom) leaves (via) Mitragyna speciosa (kratom) leaves (via)

“Alguns membros usam kratom para ajudá-los a se desintoxicar de heroína ou analgésicos, enquanto outros vêm à nossa Clínica Workit para Suboxone para tratar o vício em kratom.”

Embora vários estados e o Exército dos EUA tenham tornado a kratom ilegal, ainda é amplamente legal, embora as importações sejam rotineiramente interrompidas pela alfândega. Em 2016, a US Drug Enforcement Agency expressou o desejo de classificar a kratom como uma substância controlada da Tabela 1, como maconha , ibogaína e heroína. Isso levou à resistência dos defensores da kratom e de vários senadores dos EUA, no entanto, a DEA demonstrou interesse contínuo em reclassificar a kratom para o Anexo 1.

Como a ibogaína, não há pesquisas científicas suficientes sobre se a kratom pode ou não tratar com eficácia o transtorno do uso de opioides. Embora estudos em camundongos mostrem que a kratom é mais segura do que a maioria dos opioides, overdoses de kratom são possíveis e ceifaram vidas, embora quase sempre quando outro opioide está envolvido além do kratom. O uso frequente de altas doses de kratom também pode levar a tremores, anorexia, convulsões, psicose e problemas cardíacos. As mortes relacionadas à kratom aumentaram acentuadamente nos últimos anos, provocando apelos para tratar a folha como um problema de saúde pública. Além disso, um surto de Salmonella do final de 2017 ao início de 2018 que envenenou 28 pessoas em 20 estados foi associado a suplementos de kratom., ao começar na ibogaterapia

 

O veredito

Não podemos dizer se a ibogaína e a kratom funcionam com certeza, simplesmente não há evidências suficientes. O que sabemos é que, em comparação com esses tratamentos, os três medicamentos assistivos aprovados pela FDA para transtorno do uso de opioides – metadona, buprenorfina e naltrexona – têm um histórico muito superior de segurança e eficácia. A equipe clínica dedicada de especialistas em tratamento de dependência da Workit Health terá prazer em conversar com você sobre suas opções para retomar sua vida com heroína ou analgésicos.